Comprar livros é um dos maiores prazeres que existem, principalmente para quem gosta de ler, mas não só. Quem nunca experienciou a tentação de comprar livros novos, mesmo sabendo que temos em casa vários outros que ainda não lemos? Os japoneses até têm uma palavra específica para isso, daquelas que não têm tradução directa em qualquer outra língua: tsundok, a arte de deixar um livro novo por ler depois de o comprar.
No entanto, quem compra muitos livros, normalmente debate-se com dois problemas. O primeiro é a falta de espaço. O livro é um objecto que, apesar de não ser consideravelmente grande, acaba por ocupar algum espaço. E, como as casas não são infinitas, os donos de bibliotecas alagadas sabem como isso pode ser problemático. Já quanto ao segundo problema prende-se com a conservação dos próprios livros. É que, afinal de contas, estes são objectos perecíveis com o tempo e até muito apetecíveis a muitos insectos.
É certo que, hoje em dia, com o advento dos livros electrónicos, muitas pessoas têm-se virado para o digital. A desmaterialização dos suportes físicos permitem poupar espaço, organizando os livros numa biblioteca digital na nuvem. No entanto, muitos leitores continuam a preferir os objectivos físicos tradicionais, que têm um toque e um cheiro especial. Se é um desses e não sabe qual a melhor forma de guardar e conservar os seus livros, nós ajudamos com alguns truques e dicas referidos por especialistas.
O local onde armazena os seus livros é um dos aspectos fundamentais para uma boa preservação da sua biblioteca. Deve evitar tudo o que são espaços húmidos, o que significa que garagens e águas furtadas não são indicados, já que são locais mais propícios a humidades, o que faz com as páginas fiquem encaracoladas e coladas. Além disso, a humidade pode também atrair insectos. Também deve evitar a exposição directa à luz solar, já que isso pode levar a que a cor se desvaneça. Este é um problema muito comum nas lombadas dos livros que apanham sol. Assim, sempre que não os colocar numa estante, o melhor é mesmo colocar os livros dentro de caixas, que permitam protegê-los da luz em excesso, da humidade, de insectos e de outros ambientes mais extremos.
A maioria das pessoas prefere um livro usado a um livro novo porque já têm marcas de uso e um cheiro mais particular. É que os livros novos vêm com a capa intacta, sem dobras e rugas, o que faz com que grande parte dos leitores se sinta mais incomodado em os abrir ou folhear. No entanto, mesmo com livros em segunda mão, o manuseamento deve ser sempre cuidado, evitando dobras e rasgões. Por exemplo, deve evitar dobrar o canto das páginas para marcar a página, utilizando antes marcadores próprios. Também deve evitar colocar objectos no interior, já que estes vão deforma-los, especialmente quando colocados outros livros por cima. Finalmente, mas não menos importante, também deve ter cuidado ao comer ou beber enquanto lê os livros, uma vez que é muito fácil mancha-los. E, normalmente, esses danos provocados pela gordura ou por líquidos são permanentes.
Antes de aparecerem os livros electrónicos, uma forma de salvaguardar os originais era através de cópias. Hoje em dia, ainda há muitos leitores que recorrem a esta técnica para preservarem os livros originais, especialmente quando estamos a falar de edições valiosas. Isso também é muito importante com livros de trabalho, que sabe que vai utilizar muito ou em condições mais extremas, em que se podem danificar. No entanto, mesmo ao fotocopia-los deve ter cuidado em não os abrir em demasiado, protegendo a lombada e que as páginas se soltem. Isto leva-nos a outra preocupação: a recuperação de livros antigos. Existe uma grande tentação de utilizar fita-cola em páginas que caíram ou que se soltaram, mas esse é um erro comum que deve ser evitado. É que, com o passar do tempo, a fita-cola também apodrece e acaba por fazer pior. Em caso de necessidade, a reparação de um livro deve ser sempre feita por um especialista, especialmente se estivermos a falar de edições de colecionador, antigas e com valor histórico.
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